quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Atacado continua instável e mercado do boi gordo trabalha em ritmo lento

Nesta semana o mercado do boi gordo seguiu trabalhando em ritmo lento, com os compradores pouco empolgados com os negócios. Os frigoríficos seguem forçando novos recuos na arroba, mesmo com a oferta nas principais praças pecuárias do país não apresentando aumento significativo.
O indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista foi cotado a R$ 102,70/@ na última quarta-feira, acumulando variação negativa de 1,15% na semana. Nos últimos 7 dias, o indicador a prazo registrou queda de 0,36%, sendo cotado a R$ 104,86/@. Apesar da retração este valor ainda está 36,55% acima do apurado no mesmo período do ano passado. Será que teremos preços altos durante do todo ano de 2011? Clique para ver as opiniões de outros leitores do BeefPoint e deixe seus comentários.
Tabela 1. Principais indicadores, Esalq/BM&FBovespa, relação de troca, câmbio


Segundo o Cepea, o baixo volume de negócios está relacionado com a incerteza quanto às vendas de carne, que continua limitando as compras de boi gordo. "Os fechamentos ocorrem apenas quando há necessidade".
O grandes frigoríficos de São Paulo estão ofertando R$ 99,00/@ em lotes de boi gordo, mas nesses preços a oferta é reduzida e as plantas estão se abastecendo na sua maioria com animais provenientes de Estados vizinhos, principalmente Mato Grosso do Sul. Já os frigoríficos menores aceitam pagar um pouco mais e chegam a negociar a arroba até R$ 3,00 acima deste preço.
Caio Junqueira Neto, da Cross Investimento comentou no Twitter: "Negócios em SP de R$ 102,00 a R$ 104,00 à vista já foram confirmados em 2 praças diferentes".
Diogo Castilho, informou: "semana passada vendemos boi de R$ 102,00 à vista e R$ 105,00 no prazo. Hoje [ontem] vendemos boi de R$102,00 à vista com embarque imediato".
Segundo Gustavo Garcia, da ECCON Investimentos, "R$ 100,00 à vista em SP frigorifico não compra boi nem de desavisado mais". Ele afirma que as escalas seguem curtas.
Fabiano Tito Rosa, do Minerva alerta que a coisa não é bem assim. "Realmente tem um pouco de boi abaixo de R$ 100/@. A referência de mercado ainda é acima de R$ 100/@, mas começou a entrar um pingadinho abaixo. O fato é que para frigorífico grande, com boi de R$ 94,00 à vista no MS, R$ 93,00 à vista em GO, R$ 85,00 à vista no TO e R$ 90,00 à vista em RO. Boi de SP acima de R$ 100,00 não se justifica. Não tem por quê. Não pode".
Como está o mercado na sua região? Utilize o formulário para troca de informações sobre o mercado do boi gordo e reposição informando preços e o que está acontecendo no mercado de sua região.
Nesta semana o mercado futuro acumulou alta, com os contratos de boi gordo negociados na BM&FBovespa com vencimento mais próximo apresentando valorização. O primeiro vencimento, janeiro/11, que será liquidado na próxima semana, fechou a R$ 103,19/@ no pregão de quarta-feira, acumulando valorização de R$ 0,25 na semana. Os contratos que vencem em fevereiro/11 tiveram alta de R$ 0,52 no período analisado, fechando a R$ 101,52/@. Outubro/11 registrou recuo de R$ 0,49, fechando a R$ 102,01/@. Rogério Goulart, editor da Carta Pecuária, chamou a atenção para o fato dos contratos de fevereiro e outubro estarem valendo quase a mesma coisa.
Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa e contratos futuros de boi gordo (valores à vista), em 19/01/11 e 26/01/11

Segundo o Boletim Intercarnes, efetivamente não se observa excedente expressivo de ofertas. A procura também segue fraca, irregular e indefinida desestabilizando o mercado com relação a preços. A expectativa agora gira em torno da 1ª semana de fevereiro, que tende a uma recuperação com relação procura (atacado e varejo) e consequentemente um melhor equilíbrio e preços a nível atacado mais definidos.
No atacado paulista, o traseiro foi cotado a R$ 7,80, o dianteiro a R$ 4,80 e a ponta de agulha a R$ 4,50. O equivalente físico foi calculado em R$ 93,02/@, com recuo de 0,14% na semana. O spread (diferença) entre indicador e equivalente está em R$ 9,69/@.
Tabela 2. Atacado da carne bovina


Gráfico 1. Indicador Esalq/BM&FBovespa boi gordo à vista x equivalente físico


Na reposição, o indicador Esalq/BM&FBovespa bezerro MS à vista foi cotado a R$ 700,27/cabeça, com valorização de 3,78% na semana. Com esta variação e a retração nos preços da arroba do boi gordo, a relação de troca recuou para 1:2,42.
Rogério Goulart, editor da Carta Pecuária, comentou no Twitter que a oferta de animais de reposição está melhorando. "De segunda para cá já me ofertaram um total de 1.180 bois magros aqui no MS. Mais oferta agora que em dezembro".
Fabio Dias comentou que no Mato Grosso, "apesar das chuvas os pastos não me pareceram aquela coisa. Mas tem bastante bezerro mamando na beira da estrada".

FONTE: BEEFPOINT

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